Ao longo de minha trajetória profissional, na clínica e nas organizações, venho acompanhando mulheres no enfrentamento dos vários e muitas vezes árduos desafios impostos pela vida.
Bravamente, muitas delas, entram de corpo e alma em lutas que lhes são muito pessoais, caras e importantes na conquista de seu espaço no mundo. A partir de tarefas relacionadas à família, ao trabalho, e aos relacionamentos afetivos, cada uma destas anônimas heroínas vão forjando, a partir de batalhas internas, a sua maneira mais original de se expressar no mundo.
Enquanto empreendem esta jornada, algumas mulheres sentem-se solitárias e envergonhadas com as eventuais perdas ou renúncias que a batalha lhe solicita, muitas vezes não conseguem ver a transformação que segue em curso, fixam-se na dor e entram em um ciclo vicioso de auto punição e vitimização. Neste momento, há o risco de um diagnóstico “colar” e passar a definir a mulher, como por exemplo: “ela É depressiva”.
Com dificuldade de acolher suas conquistas internas e externas, e impregnadas por modelos de sucesso ditados pela cultura, depreciam suas escolhas, e assim, dificultam o processo de autoconhecimento necessário para festejar as conquistas e seguir rumo ao próximo passo de seu desenvolvimento como indivíduo. Há um sentimento de que há algo errado, sem uma clareza para localizar o que provoca tal sentimento.
É preciso erguer um espelho em frente de cada mulher que segue lutando por sua expressão original, e ajudá-la a reconhecer, a partir de sua história as partes esquecidas ou abandonadas de si, para que firmes se recomponham e sigam sonhando, semeando e espalhando novas sementes de força, e esperança na vida.